Tesouro aponta que o Amapá lidera os Estados com situação fiscal forte e desmonta o discurso do governador Waldez

Para justificar o momento atual do parcelamento de salários e atrasos nos pagamentos do Renda, merendeiras, transportadores escolares e vigilantes, o governador Waldez Góes (PDT) tem jogado a responsabilidade para a crise fiscal. No entanto, um estudo da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aponta que o problema é a falta de gestão para equilibrar as contas do Estado.

O estudo revela que o Amapá é o líder entre os Estados brasileiros com status de situação fiscal forte, ou seja, os dados desmontam os discursos de que o governo estava endividado, podendo ter acesso a mais recursos para investimentos. O levantamento calculou os ratings das unidades estaduais para o período de 2009 a 2015.

No conjunto das onze unidades estaduais em boa situação fiscal, quatro delas são da Região Nordeste (CE, RN, BA e PB), quatro da Região Norte (AP, AM, PA e RO), uma do Centro-Oeste (MT), uma do Sul (PR) e uma do Sudeste (ES).

No grupo das treze unidades estaduais em situação fiscal preocupante, cinco estão no Nordeste (MA, PE, PI, SE e AL), uma na Região Norte (AC), três na Região Sudeste (RJ, SP e MG), duas na Região Sul (SC e RS) e duas na Região Centro-Oeste (MS e GO).

O estudo conclui que o Amapá está entre poucos Estados que aparecem com capacidade de pagamento e de endividamento para pleitear operação externa de crédito, apresentando boa e forte situação fiscal, respectivamente.

Empréstimos

Dos dois empréstimos que foram criticados pelo atual governador Waldez Góes, contraídos na gestão anterior, após o Estado pagar dívidas que o próprio governo do pedetista deixou junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Amapá acessou mais de R$ 2,4 bilhões.

Com esses recursos, segundo o ex-secretário de Planejamento, Juliano Del Castilo, o Estado pode pagar a dívida da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e garantir as obras que integram o Amapá ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

“O empréstimo garantiu a entrega dos ramais do município de Amapá, Pracuúba, asfaltamento da AP-070 até o Paulo, construção de escolas, a UPA da Zona Norte, Hospital de Oiapoque. Deixamos em fase de conclusão a Maternidade da Zona Norte, ampliação dos principais hospitais, construção da ponte do Rio Matapi, asfaltamento do ramal de Itaubal e AP-010. Foram obras planejadas para melhorar a qualidade de vida da população, principalmente as de saúde, pois o amapaense não merece sofrer em hospitais sucateados quando tem dinheiro em caixa para terminar as novas unidades de saúde”, lamentou.

O ex-secretário avaliou que além do efeito de geração de empregos, tão necessários em período de crise, significam injeção de recursos na economia local como no comércio e serviços que empregam mais gente no chamado “ciclo virtuoso” da economia.

“O que falta é decisão política para cortar gastos, equilibrar as receitas e despesas atuais do Governo do Estado e retomar essas obras importantes para o Amapá crescer e sair da crise”, conclui Juliano Del Castilo.

 

Fonte: http://mzportal.com.br/?p=21821