Após o governador Waldez anunciar parcelamento de salários, servidores do Estado ameaçam greve geral

 

Greve geral! Essa foi a reação nas redes sociais dos servidores públicos estaduais após a equipe do governador Waldez Góes (PDT) anunciar o parcelamento dos salários, cuja primeira parcela – no montante de 60% dos vencimentos – foi anunciada para o próximo dia 31 de março e a segunda para o dia 10 de abril.

A notícia incendiou as redes sociais. Funcionários públicos de todas as categorias manifestaram indignação ao que consideraram uma usurpação dos seus direitos.

Hélcio Costa, participante de um grupo de professores do Facebook, cujo objetivo é lutar pelo piso salarial e por dignidade na educação, postou o seguinte: “Vamos mobilizar todo o funcionalismo em prol da paralisação, marcando dia, local, temos que fazer algo em prol de nós mesmos, vamos lutar por nossos direitos, exigir nossos salários integrais, sem cortes, sem parcelamento, agora é a hora”, disparou.

Noutra postagem, Elson Teólogo convida os servidores para um ato na Praça da Bandeira, a ser realizado na próxima segunda-feira, 28: “Já que o governo tomou essa decisão sem avaliar ou nos consultar sobre nossas condições financeiras para mantermos nossas famílias, dívidas e outros encargos, eu tal nós também tomarmos iniciativa de fazermos um manifesto público com a presença de servidores dos mais variados órgãos públicos para mostrarmos nosso repúdio quanto a isso!”.

Em nota, o governo alegou falta de recursos por conta da crise. No entanto, uma simples consulta ao portal do Tesouro Nacional faz cair por terra o discurso do secretário de Estado do Planejamento, Antônio Teles, que nos últimos dias ocupou espaço na imprensa para declarar que os repasses federais diminuíram no mês passado.

Segundo os dados, os repasses aumentaram em R$ 15 milhões. No mês de fevereiro de 2015, o Estado recebeu R$ 265 milhões. Este ano, no mesmo período, entraram nos cofres R$ 281 milhões.

O que o secretário não revelou foi o aumento da folha de um ano para outro, conforme consta no Portal da Transparência do Governo do Amapá. O acréscimo foi na ordem de R$ 23 milhões. Em fevereiro de 2015, a folha era de R$ 146.059.826,91. Já este ano, os valores saltaram para R$ 169.333.834,01.